29.7.09

Matemática



O distintivo, as cores, a bandeira, o mascote e o "uniforme genérico" são os símbolos visuais máximos de um clube de futebol. Defendo, neste post, que o dueto camiseta-número que marcou época em cada clube se torne também um destes símbolos.

Vamos aos fatos. Em cada clube de futebol, alguns números viraram verdadeiros mitos. E, na medida do possível, os clubes deveriam capitalizá-los. Por exemplo. A 7 vermelha do Manchester, que já foi de Cantona, Beckham e Cristiano Ronaldo, hoje está com Owen. Perfeito. Só jogadores habilidosos, goleadores e de destaque. Outro caso. A camisa 9 do Real Madrid. Já foi de Ronaldo, Zamorano, e hoje é de Cristiano Ronaldo. A camisa 10 do Barcelona. Já foi de Maradona, Ronaldinho, e hoje é de Messi.
Aqui no Brasil. O Flamengo fez campanha para escolher o número de Adriano. Ora, trata-se da grande contratação do rubro-negro nos últimos anos. Tinha mesmo que vestir a 10, imortalizada por Zico. Falcão, o clássico volante do Inter era 5. Hoje, o principal volante do clube é Guiñazu, também 5. Reinaldo se consagrou com a 9 no Atlético-MG, número agora de Diego Tardelli. Jardel fez história no Grêmio com a 16. Hoje, Maxi Lopez, ídolo do clube, joga com a 16.
Os exemplos positivos são muitos.
Mas há também os equívocos. Ainda no Grêmio. A camisa mais importante, símbolo, é a 7 de Renato Gaúcho, o eterno ponta-de-lança clássico. Hoje está com Túlio, um volante marcador. Deveria estar com Souza ou Herrera. A camisa 10 do Santos. Deveria ser de Neymar, a não ser que o clube tenha avaliado que o peso é muito grande para o atleta. A camisa 9 da Inter de Milão. Já foi de Ronaldo, hoje é de Eto'o. Até aí tudo bem. Porém, deveria ter sido de Ibrahimovic (era 8) ou Adriano (era 10).
Portanto, a melhor estratégia é entregar os números históricos de cada clube aos jogadores do elenco que melhor se encaixam na trajetória construída com as respectivas numerações.
É claro que
existem outros fatores envolvidos. Por exemplo, as estratégias de branding com foco nos atletas - e não no clube - que criam marcas como R9 e R10. Mas o impacto destas ações é um cálculo para uma outra hora.

28.7.09

Honeyshirt



Bem, este post complementa o anterior.
Como é visível, os clubes europeus possuem muita liberdade para ousar nos uniformes reservas. Pois o Celtic relançou seu uniforme-abelha da década de 90. O mais legal é que o atual lançamento foi precedido de teasers com a chamada "There's a buzz about the place", frase que também acompanha o material promocional de divulgação. Outra curiosidade é que o branding ganha reforço pelo lançamento de acessórios, tais como bolas (já garanti a minha!) e mochilas inspiradas no design desta camisa reserva.
A analogia entre a cor do uniforme e o simpático inseto cria o elo de conteúdo que agrega valor à imagem do clube.
Essa camisa, pelo jeito, parece que tem mel...

24.7.09

O Lado Negro da Força



Antes de mais nada, quero ressaltar que este blog busca mostrar e analisar insights diferentes e interessantes de branding no futebol, independente de serem atuais ou não. Se surgiram há anos e merecem destaque, serão abordados.
Pois bem, este post trata da camisa preta do Grêmio, denominada Shadow, lançada pela Puma em 2005.
Sei que existem profissionais de marketing que pregam a inovação a qualquer custo e preferem não ouvir o consumidor, pois alegam que ele não sabe o que deseja. Concordo em parte. E não no futebol.
Esta camisa preta do Grêmio partiu da mobilização de torcedores em sites e comunidades. Eles redesenharam o uniforme 2 do tricolor gaúcho (branco), invertendo as cores e colocando o preto como a cor predominante.
A Puma decidiu produzir. Além disso, criou peças publicitárias diferentes, inspiradas em filmes como Star Wars (vide acima), reforçando as associações de marca/produto.
Sucesso total.
Com certeza, é uma das camisas mais desejadas da história do clube. E, detalhe, nunca foi a campo, pois o estatuto do Grêmio não permite que o clube jogue de preto.
É evidente que um uniforme bonito, que cai no gosto do torcedor, vende por si só. Porém, se os clubes e fornecedores criarem modelos e campanhas com conteúdo, que reforcem tanto os valores das entidades como os aspectos peculiares dos uniformes, com certeza isso se soma à marca das mesmas.
E, para tal, não basta colocar os jogadores mais famosos do time para desfilar no lançamento. É preciso criar um zum,zum,zum a mais. Como no caso do próximo post.

23.7.09

A Proposta




Este blog nasce com o objetivo de informar, analisar e sugerir as melhores estratégias de desenvolvimento de marca dos clubes de futebol.

Sem passes laterais e sem retranca. De modo independente, estética apurada e linguagem objetiva. E (o principal) fugindo da mesmice, que costuma marcar ferrenhamente as discussões futebolísticas.

Samurais del Boca



Que o Boca é um time que se impõe dentro e fora de casa, não é nenhuma novidade.
Só que agora, este ímpeto também está sendo explorado nas campanhas de divulgação do clube.
A imagem acima promove a final do mundial interclubes entre Boca e Milan, em 2007, no Japão. O templo japonês ao fundo e o ângulo da câmera ressaltam a força e as associações da imagem.
Como todos sabem, acabou dando Milan. Mas o layout moderno, que rompe com o esquema 6-5-0 tradicional de foto de futebol (6 de pé, 5 agachados), merece destaque. Ótima associação contexto-marca, que foge da mesmice e reforça a imagem da Nike e do clube.

The Blaugrana Stripes



O FC Barcelona lançou os novos uniformes para temporada 2009/10. As listras resgatam os modelos utilizados no período 1910/20 e no ano de 1995.
Porém, ao longo da história do clube não houve modelo com listras tão finas como o atual.
Os maiores títulos do FCB (92/2006/2009) foram com uniformes de listras grossas. Em termos de história, o sucesso do clube parece ser diretamente proporcional à espessura das listras.